Como diz a mais nova gíria dos tempos modernos da Internet, “todos comemoram” o primeiro final de semana de vendas de veículos com o IPI reduzido.
Os feirões de carros realizados pelas montadoras em diversos pontos da cidade venderam o triplo de veículos do que um feirão típico de vendas sem a “promoção” e as montadoras conseguiram reduzir os estoques de seus pátios.
Em uma loja, a meta de vendas para o mês de maio era vender 340 carros. Com as medidas do governo, venderam 536, superando a marca de março de 2009, quando foi vimos a “primeira edição” das vendas com IPI reduzido. Realmente, a medida foi boa para todos: montadoras, lojas e consumidores.
Mas, será que apenas a questão do desconto era o que separava os consumidores do seu sonho de consumo? Ou algumas pessoas agiram por completo impulso, sem planejar realmente se precisavam trocar de carro?
Para quem ainda não trocou e pensa em ir ao próximo feirão, seguem algumas dicas para ajudar na decisão.
1. Se você tem um carro usado e pensa em comprar um novo primeiro para aproveitar os preços reduzidos e depois vender o outro, lembre-se que seu usado tende a se desvalorizar ainda mais. O certo seria vendê-lo primeiro e, com o dinheiro, ajudar a dar uma boa entrada no novo. Ou você correrá o risco de ficar com dois ou mais carros na garagem, pagando impostos, seguros e outras despesas.
2. Qual é a real necessidade da sua família? É ter um carro novo? Ou o usado, com uma boa “reforma”, não seria capaz de garantir mais alguns quilômetros? O dinheiro da troca poderia ir para uma outra necessidade, quem sabe algum investimento como uma viagem, pós-graduação ou até mesmo uma casa maior.
3. Qual o carro que a família necessita? Um sedan? Um hatch? Um utilitário? Uma boa dica é visitar os sites das montadoras e conhecer os modelos de veículos que elas oferecem. O Brasil já deixou, a um bom tempo, de ser um mercado de poucas montadoras presentes.
4. Quais as despesas extras com o carro novo? Seguro mais caro, IPVA mais caro e por ai vai. Seria bom pesquisar em sites e com gente do ramo o quanto sairiam essas despesas extras antes de ir para as lojas, certo?
5. Não se deixe levar pela empolgação das lojas ou pelo papo de vendedor. Aquele clássico “Com um pouquinho a mais você leva isso, aquilo, um carro maior”, conhece? Vá com o plano definido, com uma meta de gasto e procure não sair dela.
6. Fique bem atento às taxas e juros cobrados na negociação. Peça uma simulação completa ao vendedor, pesquise em fóruns e redes sociais. Lembre-se de que você está comprando um bem para os próximos anos, não uma camisa que pode ser doada para qualquer um caso ela não lhe agrade.
7. Consulte suas finanças, seu bolso e sua família antes de ir à loja. Tenha em mente que, com certeza, essa não será a última liquidação do ano. Graças aos consumidores que não estavam aceitando os preços cobrados, eles foram reduzidos. A gente se esquece, mas quem faz o preço é o consumidor.
8. Se este for o seu primeiro carro, calcule gastos extras com combustível, estacionamento, lavagem, impostos, custo de oportunidade, manutenção etc.Comprar um carro não significa apenas saber se a parcela “cabe” no bolso.
9. Por fim, lembre-se que carro não é investimento. Ao sair da loja, ele perde no mínimo 10% do seu valor. Nos primeiros dois anos, a desvalorização pode chegar a 20%, dependendo do modelo. Questione-se: será que não existe um bom usado “dando sopa” por aí? Ou alguém desesperado para vender seu usado (ainda novo) para comprar um zero?
Não é porque o preço caiu que temos que comprar. Isso vale para o consumo em geral. Avalie bem as suas prioridades. Até a próxima.
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