Junto com o frio dos últimos dias, chegam também as doenças respiratórias. Resfriados, gripes, rinites e tantas outras “ites” atacam mais no inverno. Para se proteger delas, o otorrinolaringologista Richard Voegels e a pediatra Ana Escobar deram dicas sobre os cuidados a serem tomados quando o tempo muda.
Os médicos destacaram também a importância de tomar a vacina contra a gripe – no país, a campanha nacional começa neste sábado (5) e vai até 25 de maio.
Segundo os especialistas, o organismo geralmente combate sozinho todos esses problemas respiratórios. Em cinco a sete dias, elimina todos os vírus ou bactérias, com a ajuda de muita hidratação, alimentação balanceada e repouso.
Um sinal de que as doenças podem ter se agravado é apresentar secreções amareladas ou esverdeadas no nariz ou no ouvido, ou ainda pontos de pus na garganta, o que exige procurar um médico logo.
Todo o sistema respiratório é coberto por uma mucosa com cílios. O frio paralisa os cílios da mucosa, cuja função é varrer os invasores para fora. Com os cílios paralisados, os micro-organismos entram no corpo humano e, dependendo de onde se instalam, causam um tipo de diferente infecção. Assim, em uma mesma casa, um vírus pode se instalar no ouvido de uma criança (causando otite) e na faringe da mãe (provocando faringite).
Lugares abertos e ventilados são melhores no frio, porque evitam a concentração de vírus e bactérias. Portanto, evite locais fechados e sem ventilação. Abra as janelas do ônibus, não deixe as crianças confinadas e ponha a casa para ventilar. É melhor se agasalhar e ficar ao ar livre do que protegido e mais exposto a doenças.
Além dessas medidas, retire o excesso de água do cabelo antes de sair no frio. Cerca de 80% do calor é eliminado pela cabeça. Com o cabelo molhado, você perde calor muito rápido. Ocorre, então, uma vasoconstrição na cabeça e o sangue foge das mucosas, dificultando o trabalho dos cílios que varrem os vírus e bactérias.
Dicas para evitar doenças
- Lave o nariz com soro à noite, ou com água e sal, para retirar a poluição e eventuais invasores
- Use um umidificador para combater o ar seco
- Para evitar infecções, beba mais água, até o xixi ficar bem clarinho
Campanha nacional de vacinação Neste sábado, a vacinação contra a gripe (que inclui três tipos de vírus, entre eles o da gripe suína, o H1N1) busca atingir principalmente:
- Idosos com mais de 65 anos
- Grávidas
- Crianças pequenas, entre 6 meses e 2 anos
- Índios
- Profissionais da saúde
- Grávidas
- Crianças pequenas, entre 6 meses e 2 anos
- Índios
- Profissionais da saúde
Para essas pessoas, a dose é grátis, das 8 da manhã às 17 horas, em toda a rede pública. A ação busca imunizar 80% do público-alvo, que é de 30,1 milhões de pessoas.
A vacina não é recomendável para quem tem alergia à proteína do ovo – usada na fabricação - ou para quem teve reações adversas a doses anteriores. Em casos de doenças agudas e febris ou de pacientes com doenças neurológicas, é aconselhável uma avaliação médica. Quem pretende doar sangue deve aguardar 48 horas após a dose para fazer a doação.
A Organização Mundial da Saúde estima que existe no mundo cerca de 1,2 bilhão de pessoas com risco elevado de contrair gripe com complicações, sendo 385 milhões de idosos acima de 65 anos, 140 milhões de crianças e 700 milhões de crianças e adultos com doenças crônicas.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global. Entre os residentes em lares de idosos, a vacinação pode diminuir em 60% o risco de pneumonia e de 50% a 68% o risco global de hospitalização.
Em 95% dos casos, as gripes são causadas por vírus e, nos demais, por bactérias. O curioso é que em alguns casos uma infecção por vírus pode facilitar a infecção por bactéria, pois há uma redução das defesas do organismo.
Fonte: Globo.com
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