O HPV é transmitido principalmente por relações sexuais e pode causar lesões na pele e nas mucosas. Alguns tipos de HPV podem evoluir para câncer. Nos homens, os tipos mais comuns de câncer causados pelo vírus ocorrem no pênis, no ânus, na garganta e no pescoço.
O número de parceiras aumenta o risco de contaminação. Homens que tiveram mais de 50 parceiras apresentaram uma chance 2,4 vezes maior de contrair o vírus, segundo o estudo.
O trabalho, publicado na revista científica The Lancet, traz o resultado de estudo com 1.159 homens entre 18 e 70 anos, no Brasil (cidade de São Paulo), EUA e México.
Mulheres
O HPV é mais comumente associado às mulheres. Por isso o estudo surpreendeu os especialistas ao descobrir que a incidência entre os homens é bem maior do que na população feminina (cerca de 14% do total). No entanto, a evolução para o câncer é mais comum entre as mulheres (as ocorrências são principalmente de colo de útero, vagina, vulva e ânus).
Prevenção
O estudo destaca a importância da vacinação de homens de todas as idades contra o HPV. No Brasil, apenas as mulheres são vacinadas (veja ao lado).
Especialistas dizem que o uso de camisinha nas relações sexuais reduz o risco, mas não é 100% eficaz.
Na mulheres o diagnóstico do HPV é feito por meio do exame Papanicolau. No caso dos homens, o exame urológico é capaz de detectar.
No Brasil, só mulheres são vacinadas
As autoridades sanitárias brasileiras autorizam a aplicação de dois tipos de vacina contra o HPV. Mas somente para meninas e mulheres, de 9 a 26 anos. As vacinas são encontradas em clínicas particulares.
Especialistas defendem a aplicação da vacina em homens. "Se fossem vacinados, os homens estariam se prevenindo de cânceres no pênis, no ânus, cabeça e pescoço e também estariam protegendo as mulheres", disse ao Jornal da Tarde o médico Fábio Martins Laginha, do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.
Segundo ele, "quando toda a população é vacinada, cria-se uma rede de segurança", que protege toda a população. A aplicação da vacina em homens já foi aprovada em alguns países, como EUA, Austrália e Equador.
Uma pesquisa norte-americana demonstrou que a vacina contra o vírus também é eficiente para a prevenção da doença em homens. Os testes clínicos, realizados em 18 países com 4.065 voluntários ao longo de quatro anos, mostraram que o tratamento é eficiente na prevenção em 90% dos casos.
Especialistas norte-americanos já recomendam a vacinação de meninos. "Quando meus pacientes perguntam se devem vacinar seus filhos, eu respondo 'certamente'", diz Maura Gillison, da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA.
Fonte: DestakJornal
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